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Inteligência Emocional

O sucesso de uma carreira profissional não depende apenas dos conhecimentos técnicos, é preciso ter equilíbrio emocional

Por Cahuê Miranda

No mundo corporativo moderno, a habilidade intelectual e técnica já não é critério absoluto na hora de contratar ou promover um funcionário. Não basta ter uma boa formação, currículo extenso ou mostrar um conhecimento profundo sobre a profissão. A inteligência emocional está em alta nas empresas.

Cada vez mais empresários e gestores veem nas características comportamentais e de relacionamento atributos indispensáveis a um bom profissional. Mas o que é inteligência emocional e de que maneira esse fator é avaliado pelas empresas?

Segundo o psicólogo norte-americano Daniel Goleman, considerado o responsável por popularizar o conceito em todo o mundo, inteligência emocional é a “capacidade de identificar nossos próprios sentimentos e os dos outros, de nos motivarmos e de gerir bem as emoções dentro de nós e nos nossos relacionamentos”. Goleman aponta essa habilidade como a maior responsável pelo sucesso ou insucesso. Pessoas com um alto nível de inteligência emocional são mais hábeis para perceber, administrar e compartilhar as emoções. No ambiente de trabalho, isso tem influência sobre o desempenho dos funcionários e da empresa.

EQUILÍBRIO

Segundo a pós-doutora em Administração Maria de Fátima Belchior Silva, coordenadora do Núcleo de Estudos de Gestão de Pessoas do Conselho Regional de Administração da Bahia (CRA-BA), avaliar a inteligência emocional de funcionários e candidatos é uma prática recorrente nas empresas. “Muitas adotam esse conceito nos processos de seleção, com excelentes resultados, pois os profissionais escolhidos são aptos a tomar decisões mais acertadas”, destaca. “Geralmente, são realizadas simulações.Administrar conflitos é uma das competências que mais exigem o uso da habilidade emocional.” A Administradora Maria de Fátima diz que essa preocupação tem reflexos diretos no desempenho das empresas. “Baixos níveis de inteligência emocional no trabalho acarretam custos como menor produtividade, perdas de prazo, erros e acidentes, êxodo de funcionários, entre outros. Quando emocionalmente desequilibradas, as pessoas não têm iniciativa, não se organizam, não acompanham, não são respeitadas por seus subordinados, não aprendem nem tomam decisões com clareza.”

Segundo especialistas e estudiosos do tema, a inteligência emocional pode ser resumida basicamente em cinco fatores:

  1. AUTOCONHECIMENTO
    a capacidade de ter uma consciência realista de si, de seus pontos fortes e suas limitações;
  2. AUTORREGULAÇÃO
    que é a habilidade de lidar com os sentimentos próprios, adequando-os à situação.Não ficar remoendo os problemas nem entrar em pânico;
  3. AUTOMOTIVAÇÃO
    habilidade essencial para uma pessoa se manter determinada, ter iniciativa, ficar sempre no controle da situação e usar a criatividade na busca de soluções;
  4. EMPATIA
    capacidade de se colocar no lugar do outro, de reconhecer suas necessidades e desejos e de identificar sentimentos e emoções em outras pessoas;
  5. HABILIDADE DE RELACIONAMENTO
    de ouvir e se fazer ouvir e de interagir de maneira harmônica e produtiva.

Essas habilidades são fundamentais para liderar, negociar e solucionar divergências, para a cooperação e para o trabalho em equipe.

Esses profissionais dizem o que pensam, sentem e necessitam, tecem elogios e fazem críticas objetivas, individuais e sem ataques.
VERA REGINA

LIDERANÇA

A capacidade de administrar as emoções e de influenciar o estado emocional das pessoas com quem se convive é considerada fundamental para quem exerce posição de liderança. Segundo a psicóloga Vera Regina Miranda, autora do livro Dilemas e desafios de um guerreiro (Juruá Editora, 2011),profissionais com inteligência emocional desenvolvida são capazes de conquistar o melhor rendimento de um grupo de trabalho.

“Esses profissionais dizem o que pensam, sentem e necessitam, tecem elogios e fazem críticas objetivas, individuais e sem ataques. São sensíveis, autocontrolados, cooperativos e menos individualistas. Encaram erros como tentativas de acerto e frustrações como parte da vida. São resilientes, sabem ouvir e evitam pré-julgamentos”, ressalta Vera Regina.

DESENVOLVIMENTO

A inteligência emocional pode ser desenvolvida, treinada e aprimorada com a construção de novos hábitos, novas formas de pensar e se comportar. “Ela costuma ser desenvolvida desde que somos crianças, mas deve continuar sendo aprimorada durante toda a vida”, afirma Vera Regina. “Pode ser estimulada por meio de meditação, técnicas de relaxamento, psicoterapia, programas de prevenção em desenvolvimento socioemocional, relações com amigos íntimos que sinalizem forças e também os aspectos a serem melhorados.”

Porém, é necessário ter cuidado e não sufocar as emoções. Segundo Dionísio Banaszewski, especialista em Psicossociologia Organizacional, o ideal não é controlar, mas administrar as emoções. “Quanto maior o controle, maior o descontrole. A pessoa deve entender o que a emoção está querendo dizer e trabalhar ela. A negação faz com que haja uma complicação mais adiante. Não se deve controlar. As consequências são muito graves. O ideal é aprender como lidar com a emoção de uma forma que ela seja benéfica para você”, alerta.

 

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