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Mapa do Turismo: principais pontos

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Conheça o que de mais importante aconteceu nos setores de turismo e eventos durante a pandemia. Novos serviços e oportunidades dão a tônica do mercado

Por Leon Santos

Ao longo da pandemia, dois setores da economia foram afetados de forma devastadora: o turismo e o entretenimento. O primeiro teve perda de R$ 485,1 bilhões — segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) —, já o setor de eventos (que engloba diferentes tipos de entretenimento) teve prejuízo de mais de R$ 90 bilhões, segundo a Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape).

Mas e agora, depois da vacinação e com a flexibilidade das regras de segurança sanitária no Brasil: como os dois setores têm se virado? Uma parceria entre Sebrae e Fundação Getulio Vargas (FGV) revela que cerca de 66% das empresas estão em processo de reabertura ou totalmente abertas.

Segundo a administradora e pesquisadora Olinda Marinho, apesar do lado negativo da pandemia (com perdas de vidas e crise econômica), as empresas puderam, por outro lado, se reinventar, explorar novos formatos de produtos e até aperfeiçoar modelos de turismo e entretenimento, hoje em voga no Metaverso. Moradora de Manaus-AM, ela conta que por lá a inovação foi fundamental no processo de reestruturação da economia do setor, bem como principal ferramenta de desenvolvimento de novas abordagens.

Com a pandemia, centenas de hotéis criaram infraestrutura para descomplicar as rotinas de viagens empresariais, denominada ‘Trade Turismo’. A principal delas foram quartos que, além de sua finalidade principal (dormir), agora também oferecem espaços conjugados e adaptados para ser tanto escritório, quanto restaurantes, com objetivo de evitar contaminação.

Olinda também cita, como inovação, um projeto realizado pela ‘Associação Zagaia Amazônica’ que tem como objetivo o resgate de saberes e culturas tradicionais no Norte do Brasil. Por meio de canal no Youtube, denominado ‘Amazônia Stock’, são feitas produções cinematográficas que mostram o dia a dia da população local, sugere atrações e dá 25% do que é faturado, como direito de imagem, àqueles que aparecem nos vídeos.

“A tecnologia e o mundo virtual vieram a calhar, tendo em vista que o turismo e suas atividades — em museus, casas de espetáculos, teatros, cinemas e ambientes que promovem o empreendedorismo e a inovação — foram suspensas. Eles impactaram diretamente, de forma positiva, os projetos em andamento, e também na manutenção de postos de trabalhos e na garantia de renda para profissionais que atuam em todo o país”, destacou.

Balanço

Para o doutor em Administração, Renato Calhau — que é ganhador do ‘Prêmio Belmiro Siqueira de Administração 2022’ — apesar do enorme potencial turístico do Brasil, o País apresenta a logística como principal entrave. Para ele, a ampliação da malha viária é fundamental para o crescimento do turismo nacional e conta que o crescimento do turismo internacional está diretamente ligado ao crescimento do turismo interno, ao fazer com que as empresas criem novas rotas de destinos turísticos.

“Enquanto a entrada de turistas estrangeiros cresceu 0,5% no Brasil, entre 2017 e 2018, o turismo internacional cresceu 10% no Peru e 7,5% na Argentina. O setor de turismo no Brasil pode crescer muito, se tiver uma agenda de curto e de médio prazos — com planos contínuos e interdisciplinaridade — e, nisso, a participação do mercado privado é fundamental, pois o investimento precisa ir a um patamar mais estratégico”, analisa.

O pesquisador destaca, ainda, que é preciso atuar como um ‘ecossistema’, por meio de parcerias entre empresas de diferentes ramos do turismo e entretenimento, tais como cultura, lazer, gastronomia, transporte e hospedagem. Calhau destaca que o planejamento de projetos e até mesmo de negócios é outro trunfo para alavancar os negócios no pós-pandemia.

De acordo com Calhau, é preciso melhorar e utilizar o atendimento como ferramenta estratégica para elevar a experiência do usuário e como prioridade às marcas, sobretudo no contexto digital. A integração de recursos, de forma fluida e eficiente é em sua visão essencial para oferecer uma experiência contínua de satisfação e estimular a fidelidade entre consumidor e empresa.

“Para estreitar laços com estes consumidores, recomenda-se ter clareza sobre o poder de voz desse tipo de consumidor, dar importância à coleta de feedback e às avaliações do serviço. Também é preciso priorizar a influência dos consumidores sobre a reputação de seus produtos e serviços, bem como promover a digitalização de antigas práticas”, finaliza.