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Saída para crise pode estar na gestão colaborativa

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Especialistas apontam ações conjuntas e trabalho do Administrador como fundamentais para o avanço do país

 

A crise econômica que atinge o Brasil há alguns anos tem contribuído para o aumento da desigualdade social, inclusive entre as diferentes regiões do país. O Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) mostrou que a crise atrasou o desenvolvimento do Brasil em três anos. O país também atingiu números recordes de desemprego em 2017, que chegaram a 12,7%, segundo Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio Mensal (Pnad) do IBGE.

Com isso, a desigualdade também cresceu consideravelmente. Desde 2015, a pobreza aumentou em 19% e a renda dos 5% mais pobres caiu em 14%. O quadro não é bom, mas há diversas possibilidades que, segundo especialistas, podem ajudar a reverter essa realidade, dentre elas o trabalho dos administradores.

“O Brasil figura entre as dez maiores economias mundiais, mas também entre os dez países que mais têm diferenças sociais”, destaca o conselheiro do Conselho Federal de Administração (CFA), Ildemar Cassias Ferreira, que mediou palestra sobre desigualdade social durante o Fórum CFA de Gestão Pública, realizado de 6 a 8 de junho, em Brasília, Distrito Federal.

A urgência da gestão da desigualdade no país foi tema da palestra ministrada por Wanda Engel, ex-ministra de Estado de Assistência Social, durante o Fórum CFA. “Os problemas que envolvem a desigualdade não são simples e ultrapassam barreiras das cidades. Por isso, não podem ser enfrentados por apenas um setor da sociedade”, defende.

Estratégias

A visão sistêmica da realidade é uma das estratégias apresentadas por Engel para lidar com a desigualdade social, considerando sempre a multidimensionalidade das questões. “Por exemplo, no caso de um jovem em situação de desigualdade, temos que pensar nas poucas oportunidades que ele teve, professores com má-formação, pais com baixa escolaridade, além dos fatores subjacentes a esse problema”, explica a ex-ministra.

Os fatores subjacentes devem ser, por sua vez, analisados de forma histórica. “Quais estruturas e modelos mentais sustentam esse contexto e definem essa tendência de reprodução da desigualdade e da pobreza?”, questiona.

Para Engel, o modelo mental de base está na educação. O presidente do CFA, Wagner Siqueira, também cita a influência da educação informal na vida do cidadão. “Quando se fala em educação devemos lembrar que tanto as instituições, com sua educação formal, quanto os costumes, com hábitos e regras informais, educam, deseducam e pervertem”, afirma Siqueira.

Outro ponto estratégico para combater a desigualdade, segundo Wanda Engel, é o foco. “Temos que saber o que vamos fazer e onde queremos chegar”. Um bom norteador, segundo ela, são os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pela Organização das Nações Unidas, que permitem a comparação do Brasil com outros países.

Geert Bouckaert, professor de gestão pública no KU Leuven Public Governance Institute, na Bélgica, e presidente do Instituto Internacional de Ciências Administrativas, lembra que as revoluções tecnológicas, econômicas, culturais e sociais afetam a gestão pública. “A globalização é seu retrato mais expressivo, já que representa o produto da simultaneidade de tantas transformações. Mas como enfrentar a desigualdade, produto inglório da globalização?”

Para Bouckaert, deve ser reconhecida a necessidade de avanços na governança global, assim como transformações que cada estado deve promover em seus modelos internos. Entre os princípios da boa governança, o professor cita a governança inclusiva, que visa “não deixar nenhum cidadão para trás, a não discriminação, a participação, a equidade intergeracional e a subsidiariedade”.

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