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Flexibilidade de atuação laboral permite aumentar produtividade, reter talentos e melhorar bem-estar físico. Tendência conquista colaboradores

Por Ana Graciele Gonçalves

Trabalhar oito horas por dia, ou quarenta horas semanais, é a realidade de boa parte dos profissionais brasileiros. A pandemia mexeu, no entanto, com a rotina laboral e acelerou tendências como a flexibilização da jornada de trabalho e motivou as organizações a repensarem suas estratégias de produtividade com seus funcionários.

De acordo com pesquisa da consultoria Robert Half, o modelo híbrido de trabalho é preferido por 48% das empresas em 2022. O estudo mostrou ainda que das 387 organizações consultadas, 38% devem retornar ao modelo presencial, enquanto apenas 3% devem permanecer no modelo 100% home office.

“A conclusão disso tudo é que o escritório não é mais um destino em si. Ele é visto pelas empresas como uma ferramenta de interação entre os profissionais”, explica o gerente-sênior de Parcerias Estratégicas da Robert Half, Vitor Silverio.

Formatos

Na Bosch, os funcionários podem escolher entre o home office integral ou eventual (híbrido). A empresa oferece, ainda, a possibilidade de jornada parcial — modalidade que permite ao colaborador exercer suas atividades com carga horária semanal reduzida — ou de turno    

Nesse último, existe a flexibilidade quanto à definição do horário de início e término da jornada, por meio de turnos pré-estabelecidos pela empresa. As duas opções são aplicáveis para todos os colaboradores, cujas atividades possam ser exercidas a distância.

“Orientamos colaboradores e gestores a conversarem sobre aspectos importantes para o sucesso do trabalho à distância, tais como maturidade, autonomia e disciplina para gerenciamento do tempo e rotinas. Além disso, alertamos sobre as transformações relativas à comunicação e ao relacionamento com os demais colegas”, explica a especialista de Recursos Humanos da Bosch América Latina, Weenna Ribeiro.

Receio

Sair de uma jornada tradicional não é tão simples como parece e exige planejamento. Além disso, há objeção nas organizações, por medo ao novo e receio da evolução que acontece no mercado.

Para Silverio, o assunto é recente, por isso é natural que surjam críticas às novas formas de trabalho. Ele diz que o momento agora é de o gestor estar mais próximo das equipes, ouvi-las, e tentar fazer o que é melhor para cada um, dentro das regras de cada organização.

Segundo Weenna Ribeiro, do RH da Bosch, a aproximação foi um dos fatores determinantes para a empresa mudar sua cultura organizacional. Ela diz que fatores como confiança, colaboração e flexibilidade são alguns dos princípios que regem a política de jornada flexível da empresa.

“Compreendemos que o diálogo é uma das ferramentas essenciais nesse processo de transformação. Para isso, desenvolvemos campanhas internas e encontros para que as equipes conversem sobre as mudanças que estão vivenciando”, relata.

E a produtividade?

Embora existam gestores resistentes às novas modalidades, por considerarem que a produtividade pode ser prejudicada, um estudo prova o contrário. De acordo com pesquisa do International Workplace Group (IWG), 85% dos mais de 15 mil entrevistados se dizem mais produtivos em uma rotina flexível.

“O que é importa é se profissional entrega o que o gestor, a área e a empresa pedem, dentro do período proposto. Não importa se a jornada é maior ou menor que 40 horas semanais, ou se o trabalho será executado em casa ou no escritório, o principal é entregar o resultado que a organização espera”, diz o gerente da Robert Half, Vitor Silverio.

Segundo Silverio, há colaboradores que serão mais produtivos em home office, outros vão preferir ir para o escritório. Existem, ainda, aqueles que rendem mais em poucas horas de expediente, e terão os que precisarão de uma jornada mais longa para atender às demandas exigidas pela organização, por isso a necessidade de flexibilização.

Para a consultora em Gestão de Pessoas e Negócios, Ana Carolina Fernandes, o mais importante quanto à gestão de trabalhadores em jornada flexível é planejar, alinhar e acompanhar as entregas dentro dos prazos definidos com atenção para que ninguém fique sobrecarregado. Por outro lado, a empresa não terá prejuízos pela adoção de uma jornada ou modalidade de trabalho diferente do habitual.

“Também é importante destacar a importância de feedbacks com mais frequência, dentro de uma estrutura de avaliação de desempenho que contemple desempenho e competências”, destaca a administradora.