Pousadas, flats, residenciais e até airbnb: a administração de meios de hospedagem está cada vez mais diversificada.
Foi-se o tempo em que a única opção dos viajantes era escolher um hotel para se hospedar. Plataformas de economia compartilhada como o Airbnb viraram alternativas bastante atraentes para os viajantes. Em tempos de crise, a modalidade é ainda mais atrativa e tem gerado divisão de opiniões no meio hoteleiro. Há quem diga que a entrada da economia compartilhada no setor – a exemplo do que já está acontecendo com o transporte de pessoas com novos serviços do tipo Uber e Cabify – pode pôr em risco a atividade hoteleira
No entanto, uma pesquisa divulgada em maio deste ano, e que foi feita pela Expedia com viajantes europeus, desmistificou a crença de que serviços de economia compartilhada estavam colocando em xeque a indústria hoteleira. De acordo com a pesquisa, quase 70% dos viajantes ingleses preferem se hospedar em hotéis, o mesmo que 66% dos alemães entrevistados. Apenas 6% dos ingleses e 10% dos alemães responderam que preferem escolher hospedagens alternativas.
A pesquisa só traz boas notícias. A primeira é de que o setor hoteleiro não parece estar sofrendo ameaça direta desses novos players. E a segunda é que há espaço no mercado para outros tipos de sistema de hospedagem, ampliando o campo de atuação dos administradores.
De acordo com Marcelo Boeger, coordenador do grupo de Excelência em Administração Hoteleira do Conselho Regional de Administração de São Paulo, o conhecimento na área de gestão hoteleira se aplica a muitos tipos de negócios em diversos meios de hospedagem. “Normalmente, costuma-se pensar primeiramente nos hotéis, mas a gestão hoteleira se aplica e se ajusta à gestão de pousadas, resorts, hostels, flats, residenciais de terceira idade, spas e motéis. Há gestão hoteleira dos serviços existentes em navios e até mesmo em hospitais”, afirma. Segundo ele, em todas essas atividades, o administrador pode contribuir na gestão dos serviços.
“Quando falamos de Airbnb como dos OTAs (online travel agency), eu não os elencaria como um novo mercado para os administradores, mas sim como mais uma particularidade desse mercado em que os gestores terão que buscar um posicionamento de seus equipamentos diante de novas opções de hospedagem, reservas e avaliação”, explica.
Para o professor e consultor Alexandre Mota, o momento é de adequação e aprendizado, principalmente no mercado de lazer. “O termo ‘administração hoteleira’ amplia-se para administração de meios de hospedagem. O mercado que o Airbnb explora sempre existiu, mas sem uma plataforma adequada, que era o mercado de apartamentos de temporada. A plataforma Airbnb abre oportunidades aos administradores de meios de hospedagem, por exemplo, em cidades de segunda residência, onde alguém precisa fazer a vez do anfitrião”, afirma.
De acordo com Mota, a hotelaria pode ser dividida em dois segmentos distintos: hotelaria de lazer e de negócios (urbana). “Os ciclos de desenvolvimento dessas ofertas não coincidem. Enquanto nesses últimos 30 anos ocorreram pelo menos três grandes ciclos de desenvolvimento da oferta urbana/negócios, houve pelo menos dois grandes ciclos de desenvolvimento de hotéis de lazer. O momento atual é de estagnação no crescimento da oferta urbana/negócios e atenção voltada para oferta de lazer, nesse caso em complexos turísticos que misturam hotel, segunda propriedade, propriedade compartilhada, time-share, entre outros”, afirma.
Para ele, o maior desafio do setor, nos dias de hoje, é a fidelização do cliente e ter que trabalhar com custos cada vez mais crescentes e preços cada vez mais pressionados. “É aí que entra a habilidade de gestor dos administradores hoteleiros, para conseguir atrair mais clientela, baixar custos e fazer o negócio prosperar”, explica.
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