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Conheça as tecnologias mais interessantes do momento que remetem até a filmes de ficção

Dispositivos tecnológicos, antes vistos apenas em filmes, já são realidade em muitas partes do planeta e da galáxia. Nas linhas a seguir você entenderá o porquê

Por Leon Santos

A inteligência artificial (IA) em conjunto com outras inovações tecnológicas disruptivas já eram esperadas há anos, ou pelo menos, desde o icônico livro “A Quarta Revolução Industrial” — escrito pelo presidente do Fórum Econômico Mundial, Klaus Schwab. Embora todos soubessem que o futuro descrito estava próximo, as habilidades de ‘IAs’ como o ChatGPT surpreenderam a todos por sua versatilidade e potência.

Mesmo com os olhos do mundo voltados às ‘IAs’, outras inovações igualmente interessantes, e de cair o queixo, estão em curso neste momento. A RBA separou alguns destaques que prometem mudar o curso da história da humanidade, sendo a primeira delas o propulsor de íons.

Assim como em espaçonaves de filmes e séries, como ‘Star Wars’ e ‘Star Trek’, o propulsor de íons é uma tecnologia que permite a propulsão elétrica em motores. Ele poderá deixar obsoletos os motores movidos a combustíveis fósseis da atualidade, por meio de uma tecnologia que cria alta capacidade de propulsão, bem como aumenta a velocidade e reduz a massa do veículo espacial.

Nos últimos sete anos, a espaçonave Dawn, que utiliza a tecnologia, tem viajado a galáxia e produzido imagens nunca antes vistas pelo ser humano. O propulsor de íons permitirá não só a futura exploração de outros planetas como a de asteroides.

A mineração de rochas espaciais abrirá espaço para a descoberta de novos dados científicos, sobretudo, na área química, biológica e geológica. Também permitirá extrair metais nobres, minerais de alto valor e até mesmo a descoberta de novos elementos químicos.

O propulsor de íons ainda deve possibilitar um antigo sonho, presente apenas na imaginação, e em desenhos animados como “Os Jetsons” (quem tem acima dos 30 anos, talvez se lembre). O cartoon mostrava o cotidiano de uma família americana, no futuro, que viajava em carros voadores, apresentava robôs como empregados domésticos e casas suspensas no ar.

Outra invenção que tem revolucionado o mundo nos últimos anos é o grafeno. Composto que reúne uma rede de átomos de carbono — no formato de uma parede de colmeia ou uma rede de hexágonos —, ele é o material mais fino já descoberto. É também 300 vezes mais resistente que o aço, talvez por isso o sucesso de vídeos na internet, em que o grafeno é borrifado em portas de carros comuns e tornam-se à prova de balas e de muitas outras tentativas de destruição e de teste de resistência.

Biotecnologia

Se você é entusiasta pelo futurismo, espere até conhecer o que a engenharia genética tem reservado. Imagine poder mudar por completo a estrutura genética de organismos e, até mesmo, mudar o código genético de uma pessoa.

A título de contextualização, foi esse tipo de tecnologia que permitiu o desenvolvimento de vacinas contra a Covid-19, em tão pouco tempo. E as potencialidades são muitas, que incluem desde o melhoramento genético de alimentos até o desenvolvimento de animais mais sadios e com menor probabilidade de desenvolverem e transmitirem doenças (como no caso do Coronavírus).

Para o professor e pesquisador do ‘Centro de Excelência de Inteligência Artificial’, da Universidade Federal de Goiás (UFG), Anderson Soares, a tecnologia que mais lhe tem chamado atenção — fora a IA, sua área de estudo — é a edição genética conhecida como CrispDM. Ela é exatamente a técnica que permite alterar um gene ou código genético de um ser vivo, e mais… alterar o seu funcionamento.

“Em síntese, é uma edição da vida em sua essência. Acompanho com curiosidade essas inovações, e creio que já foi um grande salto o que conseguiram nos últimos anos; é certamente algo com potencial imensurável”, avalia.

A maioria das tecnologias listadas até agora, para dar certo, necessitará de cálculos precisos e simulações, em diferentes formas, para lograr êxito. É aí que voltamos à inteligência artificial como parceira dos seres humanos no desenvolvimento de novas tecnologias.

Soares diz que a inteligência artificial (IA) é o futuro e acredita ser utopia querer frear a difusão da nova tecnologia, como quer o bilionário Elon Musk. Sobre o empresário, Soares lembra que embora Musk tenha assinado uma espécie de manifesto para frear as pesquisas em IA — por medo de um possível caos social, gerado por um iminente desemprego —, por outro lado, investiu milhões de dólares em infraestrutura de IA no Twitter (empresa de sua propriedade) e criou uma companhia, a “X.AI”, especializada no desenvolvimento de inteligência artificial e seus respectivos subprodutos.

“A história nos ensina que todas as revoluções industriais causaram impactos na sociedade e no trabalho, mas no final a humanidade foi muito beneficiada com isso. Nós comemos melhor, nos vestimos melhor e usamos diariamente vários produtos que facilitam a nossa vida, e que só foram possíveis graças à redução dos custos e da produção em escala”, explica o pesquisador.

Suporte à recolocação

Sobre o impacto das novas tecnologias no mercado de trabalho, em especial a Inteligência Artificial (IA), a diretora de transição de carreira da LHH consultoria, Patrícia Paniquar, diz que ferramentas baseadas em IA não devem ser vistas como ameaças, mas sim como suporte para pesquisas e para levantamento de informações e dados. Ela acredita que, ainda que os novos recursos possam eliminar profissões, o papel do ser humano será necessário na maioria das atividades realizadas pela IA.

“A tecnologia tem o potencial de substituir alguns aspectos do trabalho humano e é projetada para ajudar as pessoas a serem mais eficientes e produtivas, mas não pode substituir completamente a habilidade humana. Tenho a convicção que muitos trabalhos exigem habilidades e conhecimentos que as máquinas não possuem, como empatia, criatividade e pensamento crítico”, destaca. 

Ao utilizar sua área de atuação, a transição de carreira, como exemplo, ela enumera aspectos em que a IA pode ser utilizada para otimizar e aprimorar processos. O primeiro deles seria como fonte de pesquisa sobre capacidades de atuação — ao fazer o cruzamento entre o interesse da pessoa (área-alvo) e as competências que ela possui: o match entre perfil e vaga.

Os outros exemplos de utilidade da IA, citados por Patrícia, são: fornecer informações precisas e atualizadas sobre o setor-alvo e as tendências do mercado de trabalho (IAs como o ChatGPT utilizariam reportagens e artigos para obter os dados); e ajudar no aprimoramento do currículo e da carta de apresentação. Além disso, poderá ajudar na constante autoavaliação profissional, por meio de informações sobre treinamentos e certificações requeridos para inserção na área pretendida.

“As possibilidades são inúmeras; o profissional poderá fazer perguntas específicas sobre a nova carreira que almeja e obter conselhos que ajudarão a orientar suas escolhas. Dispositivos como o ChatGPT não podem substituir completamente o aconselhamento e apoio de um profissional de recursos humanos e coach de carreira, mas podem fornecer, por exemplo, informações úteis para ajudá-lo a navegar no processo de busca de emprego com mais confiança e eficácia”, finaliza.