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Inteligência Artificial no Brasil

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Popularização da inteligência artificial entre consumidores e empresas do Brasil cria oportunidades de negócios e diferenciais competitivos

Por Leon Santos

Incorporada ao dia a dia da população, a Inteligência Artificial (IA) parece ter sempre existido, tal é a naturalidade como elas funcionam, sobretudo aquelas que possuem voz humana, tais como Siri (Apple), Alexa (Amazon), e ‘Google Assistant’. Uma pesquisa realizada pela consultoria Ilumeo revela que a tecnologia já está presente, há pelo menos dois anos, na vida de boa parte dos brasileiros: 87% dos entrevistados disseram utilizar tais recursos como buscadores; 67% utilizam para tocar música; 60% para enviar mensagens e 55% para ouvir notícias.

Segundo o professor do curso de Engenharia de Software da Universidade de Brasília (UnB), Vandor Rissoli, o sucesso da IA — em especial dos assistentes pessoais — se deve ao fato de ela imitar o comportamento humano. Ele explica que diferente dos softwares que apenas informatizam processos e colaboram com o armazenamento e a disponibilização de dados e informações (não classificados como bots ou robôs), a inteligência artificial tem autonomia de ação, com aprendizado de novas informações, até mesmo com os próprios erros.

“As possibilidades de integração de bots (softwares robôs com IA) em uma conversa bem direcionada a assuntos específicos, com fornecimento de dados e esclarecimentos importantes, são inúmeras. Nesse tipo de atividade são utilizados os robôs de conversação, mais comumente chamados de chatbots”, explica Rissoli.

Disseminação

Organizacionais brasileiras já começam a ver com outros olhos o potencial da tecnologia; é o que diz pesquisa da gigante da computação IBM, segundo a qual 40% das empresas nacionais implantaram algum tipo de IA em 2020. Entre os principais motivos para adoção da tecnologia está a elevação da complexidade e quantidade de dados e o aumento da produtividade e competitividade.

Do setor de vendas à logística, do marketing ao financeiro e até mesmo no setor de recursos humanos para a seleção de pessoas, nas empresas modernas todas as áreas já utilizam algum tipo de inteligência artificial em seu dia a dia. E as aplicações são inúmeras: interação com o cliente, captação de dados de inteligência de mercado, controle de estoques, cruzamento de dados para cálculos mais precisos e, por fim, definir o que pode ser lucro ou até mesmo prejuízo.

Segundo o mestre em gestão empresarial e especialista em tecnologia, inovação e tendências, Arthur Igreja, os potenciais para ampliar ou melhorar o negócio são grandes. Ele conta que mesmo as empresas mais tradicionais precisam dos novos recursos para vender seus produtos, seja com aplicativos próprios ou via Market Place (grandes portais, de terceiros, onde uma loja de pequeno porte pode vender seus produtos).

Igreja ressalta que o uso da inteligência artificial não está restrito aos setores de indústria e comércio. Em segmentos como advocacia e medicina, as IAs têm sido utilizadas de maneira surpreendente. Ele conta que na área jurídica, escritórios brasileiros já utilizam softwares robôs para fazer análise de processos, catalogação e construção de petições e defesas, além de informar sobre novas jurisprudências e mapear direcionamentos (comportamentos) de cortes e juízes.

Na medicina, pode ser utilizado para diagnóstico de doenças, com o cruzamento de sintomas, e até mesmo como apoio em cirurgias complexas — como no cérebro — em que a precisão deve ser crucial. Outro lado pouco divulgado é na análise do tempo de sala: seja de consulta ou de espera (gestão de processos e produtividade).

“Tudo isso é importante não apenas para essas áreas específicas, mas também ao setor de negócios que pode vender serviços especializados e focados nas necessidades de tais segmentos. Na verdade, todos os setores atualmente estão tendo uma aplicação muito intensiva de inteligência artificial”, frisou.

Mensuração

De acordo com o pesquisador e professor de Engenharia e Estatística, Herbert Kimura, da UnB, os mecanismos da IA permitem identificar a rotina do usuário, bem como suas preferências e demandas. Ele exemplifica ao dizer que ao receber informações — como uma lista de itens que uma pessoa precisa comprar no supermercado—, o dispositivo pode fazer uma pesquisa em estabelecimentos próximos, fazer cotação de preços e até mesmo comprar no lugar do usuário, cabendo a este apenas receber e guardar os itens.

No quesito mensuração e tráfego, Kimura é taxativo em dizer que o grande benefício da IA é captar dados e entender o comportamento do consumidor. Assim poderão criar produtos e serviços mais apropriados e voltados às necessidades cada vez mais diferentes dos clientes.

“No Brasil, muitas empresas já estão cientes do potencial da IA para seus negócios e desenvolvem projetos que permitem explorar os dados do público-alvo e da interação para alavancarem seus resultados. Aqueles que entendem a importância de tais dispositivos para o atual cenário certamente têm vantag