O ano de 2022 começou inesperado e longe do que imaginávamos no período anterior. Com a vacina da Covid-19 consolidada e a economia se restabelecendo, havia um sentimento em massa de que o pior já havia passado, até que se iniciou o conflito entre Rússia e Ucrânia, o que encorajou outra possível contenda entre China e Taiwan — até o momento sem previsão sobre o que vai acontecer.
E como nós, brasileiros, nos posicionamos em meio a isso tudo? Se por um lado existe a esperança, tendo em vista que muitos investimentos migraram da Europa, devido à tensão de guerra, para cá, por outro lado nos consternamos com as populações que perdem suas vidas e bens em um conflito impensado e sem explicação.
Os efeitos de tais fenômenos já começam a ser sentidos no Brasil, e um deles é a reduflação — diminuição da quantidade em gramas ou litros dentro das embalagens dos produtos, mas com preços aumentados ou até mesmo mantidos. A prática já é evidente nas gôndolas dos mercados e sentida no bolso e na despensa dos consumidores: será crise de desabastecimento?
Outro fenômeno pouco falado, e que tem acontecido nas últimas décadas, é a financeirização da economia brasileira. Embora pareça um estímulo a outros setores que precisam de capital, o efeito culmina exatamente no inverso: contrai mercados, à medida que a maior parte dos recursos de um país sai de algo tangível, que produz empregos e causa volume na balança comercial, para algo que pode ser uma promessa ou mesmo causar a bancarrota de um país, vide o ‘Crack da Bolsa de Nova Iorque’, em 1929.
Ainda sobre atualidades, os gastos irresponsáveis com altos cachês em shows de artistas de renome realizados por prefeituras do interior do país, não passaram batido nem pelo Ministério Público e nem por nós, profissionais da administração. Como é possível realizar shows que custam por vezes mais que a arrecadação total do município, e desconsiderar a responsabilidade fiscal e a gestão pública?
O entretenimento gratuito e popular é bem-vindo, desde que o gasto público seja compatível com a realidade do município e sejam respeitadas as leis e normas que tangem ao assunto. O problema é quando os recursos que poderiam ser utilizados em necessidades de primeira ordem — tais como saneamento básico, saúde em geral, infraestrutura e educação — passam a ser utilizados de forma eleitoreira.
Propositiva
Em momento de tamanhas tensões no planeta, a RBA traz matérias lúdicas e propositivas, como a importância da Comunicação Não Violenta (CNV) — uma possibilidade real e pacífica de conduzir a vida. Embora não seja algo novo, ela poderá ajudar pessoas que talvez precisam conhecê-la e, assim, descobrir nova forma de se comunicar e de resolver conflitos.
De olho nas demandas atuais, a edição 149 traz ainda reflexões sobre a importância da administração financeira nas organizações. Em tempos de recuperação econômica, ela é um dos principais conhecimentos necessários para manter as empresas de pé, desenvolver negócios e obter lucro.
Nas páginas a seguir, outro ramo igualmente importante a ser abordado é a administração estratégica. Trata-se, nada mais, nada menos, de uma área ocupada, em sua quase totalidade, pelos profissionais mais preparados e experientes que pensam os cenários e decidem o futuro das organizações.
Ao pensar em competência, outro tema que instiga o leitor à autorreflexão é o perfil profissional de cada um. Afinal, você é um especialista ou generalista?
Saiba o que caracteriza um e outro, e a importância de cada um deles nas organizações. Identificar se você é especialista ou generalista ajuda na tomada de decisões sobre a construção de sua carreira.
Já na matéria de capa, intitulada “Dois Empregos, mesmo empregado”, entenda o movimento mundial que tem levado pessoas, de diferentes segmentos, a trabalharem em mais de uma empresa no mesmo horário de expediente. Especialistas no tema indicam se a atividade é legal ou não, e sobre em quais condições ela é permitida, bem como os benefícios e malefícios da prática.
Aos habitantes das grandes cidades, a RBA traz reflexão sobre o futuro dos transportes e a importância das cidades inteligentes. Até quando é preciso sofrer com transportes públicos lotados se existem diversas alternativas para sanar o problema?
Outra novidade interessante, que visa diminuir a burocracia, é a simplificação dos contratos — com adoção de linguagem coloquial, acessível à maior parte dos brasileiros. Conheça, ainda, o Visual Law e o Projeto de Lei (PL) que pode tornar obrigatória a existência de formatos mais simples que facilitem a compreensão do mesmo quesito.
Muitas informações esperam por você. Seja nosso convidado em mais essa nova jornada!
Adm. Mauro Kreuz – presidente do Conselho Federal de Administração