Trabalhos que mais parecem diversão. Conheça a rotina de uma viajante profissional, uma sommelier de cerveja e uma tester de videogames e tente não morrer de inveja
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A viajante profissional Débora Bucco sabia desde criança que sua vida seria viajar. “Olhava para os mapas e me imaginava pelo mundo, conhecendo e explorando os lugares”, conta. Foi preciso ser admitida no vestibular de agronomia da Universidade Federal do Paraná para descobrir que precisava seguir seus instintos. Logo trancou o curso e foi trabalhar num navio de cruzeiro. Por três anos viajou a trabalho e conheceu mais de 20 países da Europa.
Quando finalizou o terceiro ano de contrato, voltou para o Brasil e acabou sendo selecionada, entre mais de 120 mil candidatos, ao emprego dos sonhos ofertado pela Serasa. A empresa buscava um profissional para viajar pelo país e registrar a realidade financeira dos brasileiros.
“Logo que vi o anúncio da vaga eu me encantei: imagina conhecer todo o Brasil sendo paga para fazer isso. Era minha chance, porque é muito caro viajar pelo país. E no meio de tanta gente, acaba sendo a escolhida”, comemora.
Toda vez que conta o tipo de trabalho que faz, as pessoas se encantam. Viajar e ganhar para isso desperta uma espécie de inveja em quase todas as pessoas que se ocupam em atividades mais burocráticas. “Eu não bato ponto, não estou trabalhando sob os olhos do meu chefe direto e sou livre para escolher quais histórias vou contar. É realmente sensacional”, afirma a viajante.
No entanto, como tudo na vida, até o emprego dos sonhos têm um lado negativo. Há sete meses no trecho, Débora tem sentido a ausência da família e dos amigos. “É inevitável. Me sinto bastante sozinha e com saudade. E acho que isso é normal. Mesmo acostumada a viajar e trabalhar, esta falta de rotina, com o tempo, se transforma em rotina e começa a pesar”, conta.
Fora isso, o fato de estar sempre em contato com histórias geralmente tristes, pesa em seu dia a dia. “Sou bastante sensível e escuto histórias muito tristes o dia todo. Geralmente quem procura o projeto é porque tem uma história de dívida, de perda. E eu acabo muitas vezes chorando com a pessoa”, revela.
Quando avalia os prós e os contras, Débora afirma que a lista de vantagens do trabalho que exerce é bem maior. A poucos meses de finalizar o contrato, ela já planeja como continuar aliando sua paixão por viagens e trabalho. “Não vou voltar para a faculdade de agronomia. Quero estudar línguas, talvez morar fora do Brasil”, afirma.
Confira a entrevista completa acessando: http://hostgator.cfa.org.br/rba/mag/123/5.html