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Popularização de Realidade Virtual e Realidade Aumentada podem mexer com mercado brasileiro, segundo especialistas

Por Leon Santos

O ano começou cheio de novidades que têm caído, aos poucos, no gosto do povo, tais como o Metaverso, NFT e a popularização da inteligência artificial (IA): em celulares, TVs e em dispositivos diversos. Em meio a isso tudo fica a pergunta, quais dessas transformações tecnológicas sacudirão o mundo dos negócios?

A RBA entrevistou especialistas para saber quais são as tendências mais quentes que devem ser destaque este ano e também no próximo. Na lista foram descritas desde o amadurecimento do 5G (sinal de internet rápida via celular) e o Machine Learning — como meios pelos quais trafegarão novas tecnologias desenvolvidas —até Realidade Aumentada (RA) e Realidade Virtual (RV).

Segundo o administrador Augusto Argenti, vice-presidente de vendas e marketing da empresa Pmweb (aceleradora de crescimento de outras organizações), a buzzword (palavra da moda) do momento é o Metaverso. Isso porque a novidade já é a grande aposta de gigantes como Facebook, que inclusive mudou seu nome para Meta e investiu bilhões de dólares na nova tendência.

Argenti ressalta que o mundo virtual existe, há tempos, no meio dos gamers (jogadores de videogames). Por isso, o Metaverso seria apenas a evolução desse mercado de jogos eletrônicos, que em 2021 já faturou mais de US$ 125 bilhões e ainda mantém tendências de crescimento.

O administrador destaca, no entanto, que mais importante do que olhar para as novas tecnologias, muitas das quais podem mudar em curto prazo, é olhar para o que chamou de pendências. Segundo ele, as empresas que irão sobreviver em um cenário tão disruptivos (com mudanças drásticas de realidade em pouco tempo) são aquelas que conhecerem mais seus clientes do que eles próprios.

O executivo se refere ao uso inteligente dos dados fornecidos, espontaneamente, pelos clientes, conforme a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). Desse modo, as empresas podem melhorar a experiência do consumidor com aquilo que elas trabalham e vendem.

“Em pleno 2022, depois de dois anos de pandemia e uma guerra em curso, não podemos imaginar que vamos deixar nossos clientes sem o reconhecimento que lhes é de direito. Afinal, se eles compartilham e consentem que usemos seus dados, devemos respeitar essas ações e tornar suas vidas melhores”, destaca.

Popularidade

A tecnologia é apenas o meio pelo qual o ser humano desenvolve seus talentos e sua criatividade. Isso ficou evidente pelo uso de plataformas como o Twitch — rede de transmissão de jogos e de streaming, hoje propriedade da gigante Amazon.

Em seu canal, o apresentador e comentarista de jogos Casemiro, utilizando o Twitch, conseguiu um feito que causa inveja a muitos canais de televisão, e tudo isso feito pela web. Em seu programa, ele transmitiu o primeiro episódio do documentário sobre o jogador Neymar (com participação a distância do próprio) e conseguiu arrastar uma multidão de quase 500 mil pessoas em sua audiência.

“O caso do Casemiro e de empresas que estão no Metaverso — com a venda de acessórios online como peças de roupa para os avatares — mostra a diversidade de fontes de receita. Nelas há um ponto em comum: quem detém a audiência, cria os meios de monetização, então, a guerra continua sendo a mesma da mídia: a disputa por atenção do consumidor”, analisa Argenti.

Classificações

Para o professor e pesquisador da PUC-SP, Lawrence Chung Koo, o uso de tecnologias de forma criativa e inovadora é que são determinantes ao novo contexto. Ele explica que existem as categorias denominadas “funções específicas” e “tecnologias transversais” para diferenciar os dois principais tipos.

A Realidade Virtual (RV) e a Realidade Aumentada (RA) são do tipo específicas. Já a Inteligência Artificial (IA), o Machine Learning e o 5G são as transversais.

O professor, que tem entre suas áreas de pesquisa a neurociência e a inteligência artificial, diz que as tecnologias de uso específico do tipo RV e RA são dependentes das transversais e devem ser vistas em conjunto. Em relação à ‘experiência do usuário’ (palavra de ordem no atual cenário), as tecnologias RV e RA são as mais impactantes, pois, segundo Koo, levam a ambientes imersivos, com experiências cognitivas que podem ser totalmente ou parcialmente virtuais.

“São intervenções poderosas e apresentam vantagens e desvantagens, em relação àquilo que vivenciaríamos no mundo offline. O ponto positivo é que o ambiente virtual é independente de tempo e espaço, onde pode-se viajar a qualquer momento e para qualquer lugar”, diz.

Em termos de negócios, isso significa publicidade e experiência a qualquer hora do dia e da noite, e o controle fica por parte do consumidor. Ele escolhe o que pretende viver e experienciar e quando irá fazê-lo.

“A velocidade de inovação nessas áreas será bastante explosiva daqui para frente. E a pandemia aumentou consideravelmente a taxa de adoção dessas novas tendências, porém, não para todos, e esse é um dos problemas de nossa sociedade”, finaliza.