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Tecnologia na busca por empregos

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Com a sociedade em constante transformação, é comum nas rodas informais de trabalho, amigos ou familiares que as pessoas se perguntem como serão as próximas gerações, sob diversos aspectos. A Accenture, empresa global de consultoria de gestão, tecnologia da informação e outsourcing, fez a seguinte pergunta aos brasileiros em uma recente pesquisa: “Você acha que a forma de trabalhar da próxima geração será bem diferente da sua, levando em conta os avanços tecnológicos?”. O resultado não podia ser diferente: quase todas as pessoas (98%) disseram que sim e apenas 2% da população acha que não haverá muitas mudanças.

 

Tais alterações começam antes mesmo do funcionário assinar a carteira de trabalho, ainda na busca pelo emprego. Tecnologias emergentes para a área de Recursos Humanos ajudam quem procura emprego e empresas em busca de candidatos. A plataforma pioneira nesse mercado e a mais conhecida é a LinkedIn. Criada em 2003, ela ultrapassa os 500 milhões de usuários em mais de 200 países. É a maior rede profissional do mundo, com mais de 10 mil funcionários em 30 escritórios, disponível em 24 idiomas. O negócio deu tão certo que, a cada segundo, dois novos usuários se cadastram no site, fazendo da empresa uma referência no mercado.

 

Os números traduzem o sucesso: no terceiro trimestre de 2016 o faturamento da empresa foi de US$ 960 milhões com crescimento anual de 23%. Os números chamaram a atenção da Microsoft, que comprou o LinkedIn em dezembro do mesmo ano por US$ 26,2 bilhões.

 

É por meio dessa plataforma que o administrador e empresário no ramo de Tecnologia da Informação, Sidnei Gomes Negrão, contrata seus funcionários. “Divulgamos as oportunidades de trabalho e recebemos o contato dos interessados. Quem atua nessa área já está familiarizado com as redes sociais para profissionais e fica atento às ofertas divulgadas nesses sites”, diz. Apesar da facilidade, Negrão lembra que o profissional que se dispõe a cadastrar o seu perfil em um site de recrutamento precisa ser verdadeiro com as informações que divulga. “A honestidade e proatividade sempre serão valiosas para qualquer recrutador, em qualquer realidade ou plataforma”, ressalta Negrão.

 

O LinkedIn é totalmente gratuito. Porém, caso o usuário queira utilizar os recursos extras da plataforma, terá que pagar pelo upgrade da sua conta.  Para Alex Leal, especialista em tecnologia, apesar de todas as vantagens que o site oferece, esse não é ainda um modelo de ferramenta definitivo. “As relações de trabalho têm mudado muito e o Linkedin tem esse sistema de rede social. Ele depende da capacidade das pessoas de formar uma boa rede de networking e isso nem todo mundo tem. Ainda existe um entrave nessa relação empregador e empregado”, explica.

 

O especialista acredita que inovações na área de tecnologia virão ao encontro das novas formas de contratação e gestão de pessoas que já são realidade para muitos. Na opinião dele, o mundo como conhecemos deverá mudar drasticamente daqui a cinco ou 10 anos por conta de um “boom tecnológico”, causado pela inteligência artificial que iniciará uma revolução no mercado de trabalho. A inteligência artificial poderá aumentar a produtividade no trabalho em até 40% até 2035, de acordo com a Accenture. A empresa também verificou que 58% dos brasileiros acreditam que a próxima geração terá mais oportunidades no trabalho por causa de avanços na tecnologia.

 

Inovações

 

As pessoas querem saber como é a cultura de uma empresa antes de tomar uma decisão de carreira. E as tecnologias ajudam nisso. A Love Mondays é uma inovação no mercado. A plataforma online reúne, desde 2013, resenhas anônimas de funcionários sobre as empresas em que trabalham. Com mais de 1.500 avaliações, o site traz prós e contras de cada local, além de apontamentos relacionados a oportunidade de carreira, ambiente de trabalho, qualidade de vida e salário. Essa comparação é uma ajuda e tanto para quem planeja mudar de empresa ou até mesmo de carreira.

 

Empresas que contam com um departamento de Recursos Humanos (RH) eficiente têm resultado financeiro duas vezes maior do que aquelas com uma gestão de pessoas fraca, como mostra recente estudo da Boston Consulting Group (BCG), que presta serviços de consultoria empresarial. Já a pesquisa da Grant Thornton, uma das maiores empresas de serviços profissionais do mundo de contabilidade independente e firmas-membro, descobriu que quase metade das empresas brasileiras terceirizou o processo de recrutamento e outros serviços de RH.

 

A tecnologia vem facilitando e ajudando as empresas a terem mais êxito nas contratações por acertarem mais no perfil do candidato. “Enquanto recrutador, quero ter uma visão mais global da pessoa. Isso é possível a partir da vida dela que está ali nas redes sociais utilizadas pelas organizações. Isso impacta no negócio”, afirma Márcio Heleno de Souza Rodrigues, professor universitário e administrador que trabalha com gestão de pessoas.

 

Atualmente, 40% das empresas de 37 países pretendem substituir o atual sistema de RH por algum software. Entre as vantagens apontadas por profissionais da área, está a possibilidade de fazer o processo de recrutamento de forma remota, seja do parque, de casa ou qualquer lugar.

 

Entretanto, não há motivo para pânico. O desenvolvimento de habilidades como liderança, pensamento crítico, criatividade e inteligência emocional pode reduzir a perda de empregos que são ameaçados pela automação das empresas. “O profissional de RH vem mudando muito a sua forma de atuação. O papel mais importante hoje em dia é o estratégico, aquele que pensa do topo da organização, o de alinhar os colaboradores à estratégia da empresa. Eu acho que a tecnologia não vem para diminuir o espaço do RH, mas ampliar com outro olhar”, diz Márcio Rodrigues.

 

A forma de buscar emprego tem mudado cada vez mais. A plataforma Pin People utiliza a mesma lógica dos aplicativos de paquera para o âmbito profissional, dando matches em oportunidades de trabalho. O candidato entra no site e preenche um questionário sobre estilo, valores pessoais e experiência na carreira. As empresas enviam vagas de emprego com informações detalhadas do perfil do profissional desejado. Se os dados baterem, “deu match”, expressão utilizada para indicar que há afinidade entre as partes.  

 

No mesmo intuito, mas na lógica inversa, outra plataforma, a portuguesa Talent, apresenta as companhias aos profissionais cadastrados. Um dos fatores mais diferenciadores dela é a possibilidade dos candidatos conhecerem profundamente a oferta do empregador, com informações agregadas num único local. A partir daí, a plataforma detecta as oportunidades de emprego.

 

E as inovações não param por aí. A Egalitê Recursos Humanos Especiais é uma empresa especializada em indicar pessoas com deficiência ao mercado de trabalho. A inclusão é prevista na Lei de Cotas, que obriga empresas com mais de 100 funcionários a incluir de 2% a 5% de pessoas com deficiência no seu quadro de colaboradores. Com a ajuda da tecnologia que liga os interessados às vagas, a start up já empregou mais de 3.500 pessoas com deficiência em 17 estados do Brasil.

 

ADM Empregos: uma plataforma exclusiva para os profissionais de Administração

 

Atento às inovações do mercado, o Conselho Federal de Administração (CFA) está desenvolvendo sua própria rede profissional. A plataforma, chamada de ADMEmpregos, funcionará a partir do Sistema Integrado de Fiscalização e Autoatendimento (Sifa) e usará dados dos acervos funcional, intelectual e técnico, informados pelo próprio profissional registrado.

 

O acervo funcional refere-se à formação, como faculdade, cursos e especializações; o intelectual diz respeito às áreas e empresas em que o profissional atuou e por quanto tempo; e o técnico é o portfólio do candidato.  

 

“O profissional não vai inserir o currículo na ferramenta porque este será o próprio perfil no sistema. Por isso, é interessante que a pessoa mantenha sempre atualizados os dados cadastrais, do acervo funcional, intelectual e técnico. A segunda versão do Sifa cruzará as informações desses acervos com a demanda de vagas”, explica o administrador Marcelo Borges, diretor da Fattoria, empresa responsável pela implantação do Sifa.

 

Caso o perfil seja interessante para a vaga, o sistema envia a oportunidade para o registrado. Ao acessar o painel do autoatendimento, a pessoa é notificada com uma mensagem do ADMEmpregos.   

 

Entre os diferenciais da plataforma, Borges cita a confidencialidade para o usuário registrado e a praticidade e rapidez para as empresas cadastradas, que podem utilizar o serviço de forma gratuita. “A inteligência do sistema permite, por exemplo, que o pessoal de RH não perca tempo com a triagem de currículos. O recrutador consegue saber de forma rápida se há alguém com o perfil que ele está procurando. Não existe no mercado uma ferramenta com esse foco e dedicada a conselhos profissionais”, conclui o administrador.

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